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Doenças Infecto-contagiosas

28/03/2024 13:17:46

Doenças Infecto-contagiosas

Introdução

São doenças que podem ser transmitidas através de contato direto ou indireto entre dois indivíduos.

Nos cães, as principais são a Raiva, a Cinomose, Hepatite, Traqueobronquite (tosse dos canis), Parvovirose, Coronavirose, Conjuntivite e Leptospirose, bacterianas ou virais.

Importância

Algumas destas doenças são extremamente fatais, o custo do tratamento é elevado e provocam seqüelas irreversíveis.

Cinomose

Doença infecto-contagiosa, aguda ou sub-aguda, febril, com sintomas complexos, acometendo cães e outros canídeos. Semelhante ao vírus do Sarampo humano, ela é sensível ao meio ambiente (luz, calor, etc.) e a eliminação do vírus dá-se por Fenol na base de 0,5% e Formol na base de 0,5%. Também é sensível ao Éter, Clorofórmio e desinfetantes comuns.

Atingem cães de qualquer raça ou sexo e tem maior incidência em cães com menos de dois anos de idade e os mais idosos; daí a importância das doses de vacinas específicas para reforço.
Ocorre em qualquer época do ano, principalmente no frio e é cosmopolita.

As principais fontes de infecção são as secreções das oculares excreções das vias respiratórias, digestiva e urinária.

Sintomas

Como principais sintomas, podemos citar a conjuntivite, faringite, broncopneumonia e pústulas do ventre. Convém lembrar que mais da metade dos cães afetados são assintomáticos. Formas benígnas são comuns como prostração, febre e complicações pulmonares leves.

É mais comum em cães jovens e que não tenham sido vacinados e se apresenta de 4 formas: digestiva, respiratória, nervosa e mesclada.

Sintomas iniciais podem ser: conjuntivite, tosse seca, depressão, anorexia, febre, diarréia e sinais nervosos.

Período de Incubação: (P.I.) 14 a 18 dias.

Muitas outras doenças tem sintomas parecidos.

Terapêutica:

Antibióticoterapia, vitaminoterapia, imunoestimulantes e fluidoterapia, soros hiperimunes.

Hepatite Contagiosa Canina

Geralmente são inaparentes, mas ocasionalmente causam uma moléstia aguda e fatal que clinicamente se assemelha a cinomose e a parvovirose.

Sua distribuição é mundial e é moderadamente resistente e sobrevive no ambiente durante dias a meses, dependendo da temperatura e umidade.

A desinfecção dos canis com vapor quente permite a destruição do vírus por uma temperatura mais alta que 56ºC. É moderadamente resistente à desinfetantes.

A transmissão dá-se por via oronasal e a contaminação do ambiente pela urina é a fonte do vírus para outras infecções. (O ato de cheirar faz com que o cão aspire o vírus)

A recuperação da infecção confere uma imunidade para toda a vida.

P.I.: 4 a 7 dias.

A taxa de letalidade é baixa.

Sintomas

Sede intensa, distúrbios hepáticos, febre intensa terminando em ansia de vômtio, anorexia, conjuntivite, pneumonias, edema de cabeça e pescoço, dor e palpação abdominal, opacidade de córnea (olho azul), diarréia sanguinolenta.

Terapêutica:

Antibiótico, soroterapia, transfusão (quando necessária) e aminoácidos.

Obs.: O cão positivo libera o vírus pela urina até 1 ano após a doença.

Tosse dos Canis

O vírus responsável pela tosse dos canis não sobrevive muito tempo no ambiente e é facilmente inativado por desinfetantes químicos. Pode também ser inativado pelo aquecimento a uma temperatura de 56ºC ou superior.

Altamente infeccioso, sendo facilmente transmitida por aerosóis.

Mortes são raras, geralmente devido à infecções bacterianas secundárias.
Veja matéria completa em: Tosse dos Canis

Sintomas

Tosses freqüentes e intensas, às vezes terminando em ânsia de vômito, febre moderada e geralmente os animais se recuperam espontaneamente.

Coronavírus Canino

O coronavírus canino pode ser inativo pela maioria dos desinfetantes comerciais e é altamente contagioso, sendo que dissemina-se rapidamente em canis com cães suscetíveis, pois o vírus é eliminado nas fezes dos cães infectados e a contaminação fecal do ambiente é a fonte primária para a infecção.

Sintomas

Súbito aparecimento de diarréias e febre variável.

Terapêutica:

Sintomático e de apoio, idem ao utilizado na parvovirose.

Parvovirose

Causa principalmente inapetência, vômitos e diarréias com sangue e sua letalidade é bastante alta. Seu primeiro caso registrado no mundo foi em 1970 e, no Brasil, em 1980, na cidade de Campinas, São Paulo, ano no qual ocorreram muitos casos no país, sendo considerado uma epizootia nacional.

Situa-se entre os mais resistentes vírus conhecidos porque sobrevive no ambiente durante meses e anos, não sendo afetado pela maioria dos desinfetantes comercializados.

O Hipoclorito de Sódio (cloro ou água sanitária) é um dos melhores desinfetantes ativos contra o P.V.C.

Sua transmissão dá-se pela eliminação fecal e pela vira oral em cães suscetíveis e sobrevive durante vários anos em fezes caninas ressecadas no meio ambiente.

Sua distribuição é mundial e 90% dos casos se dá em cães com até 1 ano de idade. A taxa de letalidade passa dos 90%. Nos adultos, sua morbidade é baixa, porém a letalidade é igual aos cães jovens.

O vírus se apresenta nas fezes 4 a 7 dias após a ingestão e as fontes contaminadas são o solo, a água e alimentos com fezes contaminadas.

Veiculação Fácil: Via sapatos

Fatores pré-disponentes à molestia grave são a idade, o esforço, fatores genéticos e infecções simultâneas com parasitas e bactérias intestinais e, há situações em que o Rottweilers, Dobermans e Labradores pretos, Basset Hounds e Poodles são mais gravemente afetados do que outras raças.

Terapêutica:

Sintomática e de apoio. Fluidoterapia, antibióticos e antieméticos. Cães que se recuperam da infecção com um PVC parecem adquirir imunidade para toda a vida.

Zoonoses

  1. a) Doenças que são transmissíveis ao homem

Leptospirose

Doença bacteriana infecto-contagiosa aguda causando insuficiências hepáticas e renais.Sua infestação dá-se pela eliminação da urina dos ratos ou cães contaminados, que contém alta concentração de leptospiras.

Leptospiruria - cães: 6 meses

Sintomas

Vômito, diarréira, febre icterícia e depressão. Sensibilidade à palpação abdominal, urina amarelada com odor forte, úlceras bucais, taquipnéia e febre.

Animais infectados pela leptospirose expelem espiroquetas em sua urina, o que contamina a água, solo e alimentos. No verão são relatados maior número de casos.

A transmissão efetiva-se pelo contato indireto (alimentos, água, solo) ou direto (urina infectada). A infecção ocorre pela penetração das espiroquetas através da pele e da mucosa.

O prognóstico é considerado de reservado a ruim.
É bom lembrar que a leptospirose é uma zoonose e pode ser transmitida para o homem, através das formas citadas acima, e que a doença é muito grave e pode levar os indivíduos (animais e homens) à morte em pouco tempo.

Terapêutica:

Antibióticoterapia, fluidoterapia, vitaminas, antihemorrágico, imunoestimulantes, transfusão de sangue e energéticos.

Profilaxia:

Eliminar portadores, combater ratos, imunização a cada 6 meses e cuidado ao manusear animal suspeito. O 'estado de portador' pode se prolongar de 1 a 4 anos, com animal expelindo microorganismos através da urina. A bactéria vive meses na água e poucas horas no piso seco.

Todos os casos devem ser notifiacados ao órgão de saúde pública local.

Zoonose

Lembrar que passa pela pele.

Raiva

Enfermidade infecto-contagiosa aguda, geralmente fatal, caracterizada principalmente por sinais nervosos. Conhecida desde o ano 2.300 A.C, é considerada uma moléstia fatal, embora tenham sido documentados sobreviventes da raiva, tanto cães como seres humanos.

Geralmente é encarada como não tratável, porém é previnível pela imunização dos animais domésticos e seres humanos em grupos de alto risco de exposição.

Luz solar, temperaturas elevadas, ressecamento, calor e desinfetantes comuns, destroem a infectividade do vírus da raiva. Morcegos e bovinos estão entre as espécies mais suscetíveis, sendo que os animais domésticos são a principal fonte de transmissão da raiva aos seres humanos. Quando a raiva em cães e gatos está sob controle, a ocorrência de raiva em seres humanos é reduzido a números muito baixos.

O vírus da raiva precisa entrar em contato com as terminações nervosas antes que ocorra a infecção que conduz ao desenvolvimento da doença.

A infecção ocorre principalmente pela saliva infectada de um animal raivoso, em decorrência de uma mordida. A contaminação de uma ferida, recente ou aberta, com saliva contendo o vírus da raiva ou se o vírus da raiva entrar em contato com a mucosa conjuntiva ou olfatória, também pode resultar no desenvolvimento da doença.

P.I. : 3 a 8 semanas

A localização da mordida e a quantidade de vírus presente na exposição são os 2 fatores mais importantes que afetam o período de incubação. Mordidas que ocorrem na face, cabeça e pescoço resultam em P.I. mais breves.

A raiva possui 3 estágios clínicos:

Prodrômico - (mudança de comportamento)

Excitação

Paralítico

O tratamento para a doença não fica recomendado para os animais devido ao risco de exposição humana. Cães que apresentem sintomas clínicos devem ser colocados em isolamento completo até sua morte natural e após isto, o cérebro deverá ser examinado para detectar a presença do vírus. Atualmente existem excelentes vacinas contra a raiva e que são controladas pelo governo.

Tratamento de cães e gatos que morderam um ser humano

Cães e gatos indesejáveis ou vadios, que exibindo sintomas de moléstia neurológica por ocasião da mordida em seres humanos, devem ser isolados e ficar em observação até sua morte e seus cérebros devem ser examinados. No caso de ser um animal de estimação ou companhia com dono conhecido, devem ser confinados por 10 dias em observação. Se o cão ou gato permanece sadio 10 dias após a mordida, com certeza a pessoa não foi exposta à raiva.

Tratamento de cães e gatos expostos à raiva

Cães e gatos que estão atualmente imunizados contra a raiva e que foram mordidos por um animal comprovadamente raivoso, deve ser imediatamente revacinados e observados durante 90 dias. Cães e gatos não vacinados e que sabidamente foram expostos ao vírus da raiva, devem sofrer eutanásia ou serão confinados a um estrito isolamento durante 6 meses se o dono não consentir a eutanásia.

Vacinação

Vacinação sugerida para a imunização de cães a infecções virais e bacterianas:

Raiva:

Devido aos aspectos de saúde pública da raiva, a vacinação antirábica de cães é realizada na maioria dos municípios. Cães jovens devem ser vacinados com 3 ou 4 meses de idade, com uma dose única de vacina, a qual deve ser renovada anualmente.
O serviço público das prefeituras do país, promovem todos os meses de agosto, vacinação contra a raiva. Daí a expressão:
"Agosto, mês de cachorro louco..."

Cinomose:

Esquemas de vacinação para a cinomose são as bases para a imunização de outros vírus caninos, exceto que, doses adicionais podem ser necessárias para a imunização contra a parvovirose canina. As doses aplicadas da 6ª a 8ª semana de vida, com doses subseqüentes a intervalos de 3 a 4 semanas, até que o animal tenha 16 semanas de idade e ainda, deve ser renovada anualmente.

Hepatite:

Esquema idem ao da cinomose.

Parvovírus:

Idem a cinomose, com uma dose adicional na 16ª ou 18ª semana de idade. Sua revacinação deve ser anual.

Coronavirose:

São necessárias 2 doses para a imunização inicial independente da idade. Revacinação anual.

Traqueobronquite:

Idem ao da cinomose.

Leptospirose:

2 doses são recomendadas para a imunização inicial, começando na 9ª a 12ª semana. Revacinação anual.

Revacinação semestral em regiões endêmicas:

Observações

  1. a) vacina não causa doença;
  2. b) raramente ocorre alguma reação adversa;
  3. c) alguns vermífugos são imunoestimulantes;
  4. d) sempre utilizar agulhas e seringas descartáveis;
  5. e) só vacinar animais em 100% de condição;
  6. f) existe uma porcentagem mínima de chance de um animal vacinado contrair uma virose devido:
  • cadelas com títulos elevados de anticorpos transferirem-los para seus filhotes;
  • possibilidade de contrair a doença na vacinação
  • falha no armazenamento
  • animais debilitados

Reações indesejáveis na vacinação:

1) reações locais;

2) geralmente são benígnas e retrocedem em 24 horas;

3) é caracterizada por dor na região da aplicação da vacina, que geralmente desaparece após alguns minutos;

4) pode apresentar pequeno nódulo no local da injção e pode persistir alguns dias. Dificilmente há formação de abcessos.

Reações gerais:

1) choque anafilático - raríssimo;

2) febre e problemas digestivos por 1 a 2 dias;

Contra-indicações de vacinações:

1) hipertermia

2) doenças infecciosas agudas e sub-agudas;

3) doenças evolutivas crônicas

Conservação de produtos biológicos

Os produtos biológicos são vulneráveis a determinadas temperaturas. Alguns contém organismos vivos que podem ser destruídos à temperatura muito altas ou muito baixas. Devem ainda, ser rigorosamente conservadas à uma temperatura entre 2ºC e 8ºC.

Porque o seu animal deve ser vacinado por um médico veterinário ?

  • Somente o médico veterinário está capacitado para planejar o programa de vacinação adequado a cada animal;
  • Ele realizará um exame clínico completo antes da vacinação;
  • Não vacinará animais doentes ou debilitados;
  • Recomenda, quando necessário, um programa de vermifugação adequado e específico;
  • Utiliza vacina de boa qualidade e procedência, conservadas de modo correto;
  • Não prescrever ou utilizar medicamentos que possam interferir com a vacinação;
  • Utilizar seringas, agulhas estéreis e boas técnicas de assepsia, evitando contaminações;
  • Conhece as vias corretas de aplicação
  • Emite atestados de vacinação com valor legal para viagens ao exterior ou se o animal atacar pessoas ou outros animais;
  • Somente o médico veterinário pode garantir o bom resultado da vacinação.

Alguns tipos de vermes:

  • Toxocara canina
  • Toxocara leonina
  • Ancylostoma caninum
  • Tricuris
  • Dipilidium caninum

 

Fonte :

cinobras